O mar fica agora longe,
mas não mais longe
do que fica o teu cheiro
das beiras da minha desnudez,
quando umas ondas de afeiçao
quebram somente nas lembranças,
e estou sozinho,
mas cheio das saudades tuas.
Dizem também que o Paraiso
somente fica a um sonho
quando o teu olhar de deselho
espreita ao longe aos versos
que agora te escrevo.
Uma escada quebrável
de papelão leva-me
ao inexorável destino
de cair nos teus braços
de metáfora e ausência.
Então o mar fica longe,
mas não mais longe do feito
de amar-te sozinho,
desde esta quebrável
escada de papelão,
que me leva
sempre ao mesmo belo abismo:
cair no poema de querer-te,
enquanto lembro que te amo.
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